quarta-feira, 30 de julho de 2008

Psicologia aplicada a diferentes áreas

Site de Psicologia aplicada às diferentes áreas de atuação.

O campo da Psicologia abange diferentes áreas de atuação com gande expansão e crescimento na atualidade.

O site: http://www.psicologiananet.com.br/ vem preencher um espaço de informação, orientação e troca de experiências entre profissionais, estudantes e demais usuários, focando a atuação profissional nas especialidades que compoem a atuação do Psicólogo.

Campos de atuação:



  • Psicologia Hospitalar
  • Psicologia da Saúde
  • Psicologia e Saúde Pública
  • Psicologia Clínica
  • Psicologia Comunitária
  • Psicologia do Excepcional
  • Psicologia Jurídica e Forense
  • Psicologia Organizacional
  • Psicologia Educacional
  • Pesquisa em Psicologia

Concentra também informações sobre as diferentes abordagens psicológicas tais como:

  • Abordagem Cognitivo-Comportamental
  • Abordagem Psicanalítica
  • Abordagem Gestalt
  • Abordagem Centrada no Cliente
  • Abordagem Sistemica
  • Abordagem Junguiana
  • Abordagem Corporal
  • Análise do Comportamento
  • Abordagem Experimental

    As contribuições para a melhoria do site, bem como colaboração com artigos, pesquisas e demais contribuições são importantes e bem vindas

    Visite o site: http://www.psicologiananet.com.br/

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Formação do Psicólogo na Saúde Pública

Trabalhando com a Prevenção e Promoção de Saúde

A Saúde Pública é um campo de atuação que o psicólogo necessita ocupar de maneira adequada e condizente com a proposta do SUS e do PSF.

Nesse sentido a formação do Psicólogo para sustentar esse campo, deve enfocar o trabalho com as famílias, a transdisciplinalidade, o trabalho com grupos e o conhecimento da realidade social brasileira

Desde 2006 houve um maior investimento do Ministério de Educação e do Ministério da Saúde nesta questão, bem como um maior interesse em se preparar os futuros psicólogos a trabalhar no SUS

Houve ainda um movimento para que as universidades em seus cursos de graduação valorizassem e investissem nesse tipo de formação modificando as grades curriculares e aparecendo disciplinas baseadas na atuação do Psicólogo na Saúde Pública voltadas para o SUS

Porém, a formação do Psicólogo ainda se encontra numa proposta de clínica tradicional, dentro de uma formação clássica, o que limita sua atuação com poucas ferramentas teóricas, técnicas e críticas para atuar no SUS.

Até pouco tempo atrás, a área de saúde ainda era sinônimo de clínica tradicional, e se caracterizava como uma atividade centrada no indivíduo, cujos objetivos eram, principalmente analíticos, psicoterapêuticos e/ou psicodiagnósticos

Uma outra dificuldade destes profissionais e que é pouco explorada nos cursos de graduação é o trabalho em grupo.

Os trabalhos com grupos, além de se adequarem às altas demandas de atendimentos presentes nas instituições públicas, trazem a possibilidade de intervenção direta na relação e a experiência com o coletivo.

Um dos primeiros empecilhos para o profissional abordar as famílias que o PSF se propõe a acompanhar é o desconhecimento da realidade brasileira das famílias

Percebe-se uma tendência a comparar as famílias atendidas, em geral pertencentes às camadas baixas, a partir da família nuclear – modelo dominante das camadas mais privilegiadas.

Não deve ser desconsiderada as particularidades das familias das diferentes classes sociais, já que cada uma possui organização, regras e valores próprios.

O SUS oferece várias opções para a atuação do profissional de Psicologia. No Estado de São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (2006), existem mais de 1000 profissionais trabalhando na rede.

Além da área de saúde mental os profissionais da Psicologia trabalham em programas de doenças sexualmente transmissíveis (DST/AIDS), em Centros de Referência da Saúde do Trabalhador, Unidades Básicas de Saúde, no Programa Saúde da Família, em hospitais públicos e também planejando políticas públicas de saúde

O psicólogo que atua em uma Unidade Básica de Saúde, UBS, integra uma equipe multidisciplinar com pelo menos quinze categorias diferentes de profissionais envolvidos com o mesmo objetivo.

O profissional Psicólogo envolvido no trabalho com saúde pública não trata apenas do psiquismo das pessoas, ele trabalha com seu bem-estar no mundo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Entrevista Psicológica no Hospital - Escuta e Diretiva

Entrevista Psicológica de Escuta Ativa

Busca proporcionar acolhimento, privacidade, conforto, proximidade interpessoal e relação adequada ao contexto envolvido.

Deve-se manter uma atitude de respeito e interesse sem criticas

Manter contato visual freqüente

Inicialmente fazer perguntas gerais e menos constrangedoras

Perguntas abertas surtem resultados mais profundos. Ex. Como isso ocorreu? Fico imaginando que... Penso que...

Atentar não só ao discurso verbal, mas também ao conteúdo expresso de forma não verbal: postura, gestos, tom de voz, etc.

Observar reações emocionais e pontuar o que está sendo expresso.

Resumir o que entendeu e solicitar esclarecimentos

Respeitar silêncio e/ou o choro, mas ajudar delicadamente o paciente a sair deles.


Entrevista Psicológica Mais Diretiva

Pacientes com grau de inteligência normal e com boa escolaridade deve-se permitir que esses se expressem de forma mais espontânea e livre (com perguntas abertas).

O psicólogo pode falar menos e pontuar reforçando para que o paciente conte sua própria história.

Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, num estado psicótico ou paranóico, ou ainda travados por ansiedade, a entrevista deve ser mais estruturada.

O psicólogo dessa forma fala mais, dirige a entrevista, faz perguntas mais fácil de serem respondidas.

Nos primeiros contatos com pacientes tímidos deve-se fazer perguntas neutras (qual nome, onde mora, estado civil, etc.) e gradativamente fazer perguntas mais profundas ou constrangedoras.

A entrevista bem elaborada, com uma abordagem respeitosa e cuidadosa dos sentimentos do paciente tem efeito terapêutico, com potencialidade interventiva e ganhos de recursos, num atendimento humanizado que proporciona a motivação do paciente e um efetivo envolvimento na sua recuperação.

A entrevista psicológica no hospital

A entrevista psicológica é o principal instrumento do psicólogo

Por meio da entrevista é possível colher informações valiosas para o diagnóstico clínico, para conhecimento da dinâmica afetiva do paciente, do médico e da equipe que o trata, além de permitir o início de uma intervenção.

Quando se tratar de um encaminhamento para atendimento, é importante que o paciente saiba que passará por uma avaliação psicológica e a enfermagem ou o médico deve informá-lo deste procedimento, fornecendo as informações e esclarecendo os motivos do atendimento.

O Psicólogo deve ainda, antes da entrevista, buscar as informações sobre a evolução e quadro do paciente e se esclarecer do porque da avaliação solicitada.

Como fazer uma Entrevista Psicológica

O estilo da entrevista, na maioria das vezes, é de entrevista aberta, porém com uma estruturação planejada para que permita maior exploração dos conteúdos relevantes a serem trabalhados.

Deve permitir a interação da história da doença: como o paciente faz o relato, deixando-o falar livremente, e como desabafo.

Aspectos importantes devem ser explorados para complementar pontos relevantes e para anamnese

Atentar para o uso de simulação ou dissimulação de sintomas (negação, enganação, falta de percepção e reconhecimento).

Identificar mecanismos de defesa presentes no paciente: risos, perguntas inadequadas, crítica, evitando falar de si.

Com a entrevista é possível estabelecer uma relação de confiança e de esperança oferecendo acolhimento, demonstração de afeto, respeito e atenção.

O atendimento profissional deve permear o percurso da entrevista, informando ao paciente quanto ao sigilo, porém que as informações importantes para sua melhora diagnóstica serão comunicadas ao médico.

Uma única entrevista pode não ser o suficiente e cabe ao psicólogo propiciar um vínculo para outras entrevistas na qual provavelmente o paciente já estará mais acostumado com o profissional e reconhecerá os objetivos envolvidos para sua própria ajuda.

terça-feira, 8 de julho de 2008

A intervenção psicológica no hospital

Atualmente a inserção do Psicólogo no contexto hospitalar é necessária e está cada vez mais presente. Na compreensão da saúde e da doença deve ser considerada as influências do estilo de vida, padrões comportamentais, causas ambientais e ecológicas. como exemplo temos as doenças cardiovasculares, diabete, câncer, Aids, entre outras.

Entre muitos aspectos a serem trabalhados quando se fala em saúde e doença têm-se a evidência da educação de práticas saudáveis e políticas de prevenção, assim como nos tratamentos, a importância da adesão e a redução dos impactos da doença sobre a vida do indivíduo.

O atendimento psicológico no contexto hospitalar tem como objetivo a minimização do sofrimento provocado pela hospitalização e pela doença numa ação integrada com os demais membros da equipe de saúde com um trabalho interdisciplinar.

Uma contribuição importante que o Psicólogo pode agregar na compreensão diagnóstica está no âmbito das representações que o indivíduo tem da doença em geral e da sua doença em particular; no qual inclui a simbologia cultural, social e individual ligada à sua doença.

A atuação do psicólogo no contexto hospitalar não está somente limitada à atenção direta ao paciente, devendo ser considerada a tríade paciente-família-equipe de saúde sempre fundamentado numa atuação profissional

No atendimento psicológico indireto realizado por meio da interconsulta identificam-se fatores iatrogênicos no funcionamento dos serviços hospitalares, que influenciam e geram conseqüencias negativa na hospitalização.

Busca-se então, analisar as situações de conflitos não explicitadas que envolve tanto a equipe quanto a instituição. Recolhendo-se informações com os envolvidos: paciente, família e equipe e realizando-se um diagnóstico da situação para aliviar a crise e restabelecer a relação equipe/paciente.

No caso de um atendimento específico a um paciente para diagnóstico e aconselhamento no manejo da conduta, a pedido de um médico, faz-se a mediação para manter a comunicação entre o paciente e os que estão encarregados de assisti-lo, facilitando a compreensão do quadro e evolução clínica, reforçando-se a importância da adesão e a colaboração aos procedimentos, bem como, mobilizando-o para sua participação ativa em sua própria cura.

A intervenção psicológica no hospital está focada na promoção de mudanças, na facilitação das relações, numa atividade curativa e preventiva, trabalhando os conteúdos manifestos e latentes em relação à doença e ao sentido dado pelo indivíduo à hospitalização, tendo como função diagnosticar e compreender o que está envolvido na queixa, no sintoma, na patologia, contribuindo também para a humanização do hospital numa função educativa

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Reação à doença e à hospitalização

A hospitalização é uma situação que ocorre em qualquer idade e por diversas razões.

Apesar de denotar sentimentos negativos, constitui-se num apoio social de referência ao qual se pode recorrer frente a uma situação de doença que afeta a integridade do indivíduo.

A situação de internação representa um desafio à capacidade de adaptação provocando respostas diferentes em cada pessoa, de acordo com muitos fatores, entre eles:

· experiência anterior de hospitalização
· idade da pessoa
· sexo
· nível de escolaridade
· aspectos da personalidade
· capacidade de enfrentamento (coping)
· significado subjetivo da doença (sentimentos de perda, culpa, castigo, ganhos secundários)
· apoio da família
· situação de trabalho
· situação econômica
· status social
· recursos sociais
· instituição procurada e as condições da assistência
· confiança na equipe de saúde
· acolhimento e ambiente físico disponibilizado
· diagnóstico, tipo de doença (aguda ou crônica)
· prognóstico
· sequelas, limitações, incapacidades
· procedimentos invasivos
· tempo de internação

A resposta de um indivíduo à doença varia em função de estar sofrendo de uma enfermidade de curta duração (aguda), ou de longa evolução, tendo como agravante o tipo de tratamento a ser submetido: resolutivo, paliativo, mutilante, ou incapacitante.

O paciente hospitalizado por uma doença aguda pode apresentar diferentes reações estressantes quer precisam ser consideradas no curso de uma hospitalização:

- Ameaça básica à integridade narcísica: onipotência x impotência
- Ansiedade da separação: pessoas, objetos, ambiente estilo de vida
- Medo de estranhos: sua vida nas mãos de outros
- Culpa e medo de retaliação: doença como castigo
- Medo da perda de controle de funções : fala, esfíncter, andar
- Perda de amor e de aprovação: dependência, auto-desvalorização
- Medo da perda de partes ou dano de partes do corpo: mutilação
- Medo da morte e da dor.

Reações de ajustamento e de adaptação são subdividas de acordo com a duração e com os sintomas predominantes.

· Padrão de sintomas:
- Inicialmente preocupações excessivas (com a doença/corpo)
- Ansiedade (falta do diagnóstico, evolução do quadro)
- Posteriormente depressão (aceitação do quadro)

Geralmente os sintomas negativos são transitórios e melhoram com apoio psicológico e boa comunicação e principalmente, cessam com a recuperação clínica e a alta hospitalar.

Alguns pacientes persistem por mais tempo com episódios depressivos reativos e é necessário intervenção psicológica e ainda avaliação medicamentosa.

Os mecanismos de enfrentamento "coping" temos duas divisões:

1 - Pessoas que são orientadas para o problema:
- Buscam informações (médicos, amigos, familiares, auto-ajuda,etc.)
- Buscam reassumir o controle e se envolvem em sua recuperação

2- Pessoas orientadas para a emoção:
- Lidam com as emoções
- Tentam diminuir o impacto provocado pela situação utilizando mecanismos de defesa
- Apresentam mais desesperança, desamparo, depressão e dependência.

No atendimento psicológico busca-se focar:

- A reestruturação cognitiva trabalhando-se as crenças distorcidas que possui sobre a doença e a hospitalização
- Os recursos positivos para enfrentamento
- O reconhecimento do apoio social
- Tornar situações ameaçadoras mais seguras
- Abrir espaço e acolhimento para a expressão de sentimentos
- Facilitar as orientações e explicações sobre procedimentos e evolução clínica

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A Hospitalização

A hospitalização

Assim como cada pessoa como tem uma fisionomia diferente, esta também possui uma forma de viver, conviver, agir e reagir numa configuração única, e um funcionamento e modo de adoecer também próprio.

Na maioria dos casos, qualquer doença que exige cuidados médicos altera de alguma forma, a atuação interpessoal e social do indivíduo.

Isso tem relação direta com o significado que a doença tem para o paciente, do valor e da cultura que a família concebe para o “papel de doente”, e ainda seu comportamento será influenciado pelas respostas que recebe durante sua internação.

O doente internado está impedido de trabalhar, de se divertir, é tirado do convívio familiar e dos amigos e se sente isolado no hospital.

Vai vivenciar sua dor e sofrimento do seu jeito, com sua subjetividade e, por mais que os outros se esforcem para compreende-lo, ninguém sentirá o que ele sente, pois a experiência de estar doente é sentida de uma forma sempre única.

Em seu pensamento existe uma crença de que se o doente tem que ficar internado é porque seu estado de saúde é grave ou permanece insolúvel e todos estes fatores contribuem para acentuar sua vulnerabilidade e aumentar sua insegurança e suas reações de estresse

A hospitalização é vista como uma situação extremamente disruptiva e é natural que o paciente sinta medo e ansiedade.

Muitas vezes, estes sentimentos estão relacionados com o fato do indivíduo estar colocado num papel dependente e passivo.

Vê sua vida nas mãos de outros, que decidem e opinam sobre procedimentos, exames e hipóteses muitas vezes comentadas em linguagem técnica que não entendem e mais ainda o confunde.

Para vincular o paciente a um enfrentamento e se mobilizar para sua cura, existem dois fatores a serem considerados: o primeiro é a existência de um método de tratamento, e nisto se inclui a utilização dos avanços tecnológicos, a experiência, a especialização médica e a utilização dos mais variados tipos de medicamentos (química, hormonal, biogenética, etc.).

O segundo é a adesão ao tratamento da pessoa doente e de sua capacidade de reagir e enfrentar adequadamente à situação e à doença.

A doença e a situação de hospitalização provoca modificações e exigem adaptação do paciente, alterando sua maneira de ser.

Alguns passam de otimistas a pessimistas e vice-versa, outros perdem o sentido de realismo com que sempre viveram, e esses fatores podem levá-los a sérios desajustamentos.

A recuperação do doente, sua posterior reintegração segura no seio social e sua reeducação para os cuidados com sua saúde em termos preventivos, representam os fins pelos quais todos os profissionais da saúde devem lutar.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Doenças do coração Fatores de Risco Personalidade

Doenças do coração Fatores de Risco Personalidade

Nos estudos sobre a incidência das doenças cardiacas na população em geral, há evidências de que fatores de risco crescem de importância nas pessoas em que o fator genético é evidente e mesmo em pessoas que não têm essa história genética, esses fatores podem predispor os indivíduos a complicações igualmente nocivas.

Avaliando-se como as pessoas se adaptam ao meio, na relação social, familiar e profissional, podemos relacionar como isto é processado individualmente no sentido da qualidade de vida a que o sujeito se submete ou se organiza.
Percebemos que pessoas portadoras de alguns traços de personalidade, normalmente de natureza ansiosa, são propensas a problemas coronarianos mais do que pessoas que não têm esses traços.

Alguns autores baseados em testes psicológicos, procuraram identificar características de personalidade que predisporiam alguns indivíduos a apresentarem doenças cardiovasculares mais do que outros.

Destes estudos originaram a denominação de personalidade Tipo A e Tipo B, reconhecendo-se dois distintos padrões de comportamento.

Os integrantes do grupo A são indivíduos extremamente competitivos, sempre plenos de tarefas a cumprir e com falta de tempo, sacrificam férias e descanso e quando o fazem não conseguem se desligar do serviço totalmente, apresentam comportamentos que denotam pressa, impaciência, hostilidade e uma sensação de uma pessoa que orientou seus esforços a uma luta que foi infeliz.

As pessoas do grupo B, ao contrário, são tranqüilas, lentas, raramente se comprometendo com prazos rígidos; evitam assumir múltiplas tarefas simultâneas e encargos extras, não só gostando de descansar, como sabem fazê-lo.

No atendimento terapêutico com as pessoas classificadas nos padrões de Personalidade Tipo A o que se percebe em seu estilo de vida é uma tendência à ansiedade exagerada, onde a competitividade, por exemplo, que é um traço marcante nesta classificação, é estimulado pela necessidade de sucesso social e profissional e são comumente caracterizados pelo clínico como estressados.

Já os indivíduos denominados como Tipo B, têm como estilo de vida uma relação oposta, ou seja, a competitividade não é traço marcante ou prioritário, não são agressivos, dificilmente se estressam emocionalmente, fazem uma coisa de cada vez, são metódicos e mais tranquilos e aproveitam mais seu tempo livre, conseguindo se desligar do estresse diário.

A escala de pontos de avaliação de risco cardiovascular classifica o paciente segundo seis graus: B1, B2, AB, A3, A2 e A1, com risco cardiovascular aumentando em proporção direta.

Esta avaliação é baseada em uma escala de 20 questões bipolares, ou seja, de características contrastantes (por exemplo: você ouve bem e deixa os outros acabarem de falar versus você antecipa os outros na conversa, interrompe e acaba as frases para os outros).

Mostra-se importante reconhecer as relações entre estilo de vida, estresse e demais fatores de risco envolvidos na manifestação, na evolução e na manutenção da doença cardíaca, pois uma combinação dos fatores acentuam e intensificam o risco de problema cardíaco comprometendo a qualidade de vida dos sujeitos.

Psicologia e Saúde

Psicologia e Saúde

O principal objetivo da atuação psicológica na saúde é investigar as variáveis envolvidas nos diferentes níveis de atenção à saúde.

Considera-se neste enfoque tanto a saúde física quanto mental da pessoa durante seu ciclo vital
Busca identificar os mecanismos de interação entre mediadores psicológicos e o processo de adoecimento

Identificar e avaliar as respostas de ansiedade, medo, dor, adesão ao tratamento, estresse, qualidade de vida, enfrentamento, reabilitação.

Visa ainda estudar os aspectos interativos e relacionais, abrangendo fatores pessoais, grupais e institucionais no contexto da assistência à saúde.

Desenvolve e investiga a eficácia e adequação de procedimentos psicológicos para intervenção nos diferentes níveis de assistência à saúde e ao doente hospitalizado.

Busca ainda desenvolver pesquisas para avaliação e estudo do processo saúde-doença.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Doença cardiaca e qualidade de vida

Qualidade de vida e doença cardíaca

Atualmente existe uma crescente preocupação sobre qualidade de vida do ser humano e diversos estudos buscam investigar quais seriam os fatores colaboradores e desencadeadores do processo que ocasiona um desequilíbrio no organismo.

Os profissionais da equipe interdisciplinar no contexto hospitalar estão envolvidos com essa questão e cada um em sua especificidade percebe a importância da compreensão bio-psicossocial do indivíduo acometido pela doença.

Nas últimas décadas cardiologistas e clínicos gerais começaram a refletir sobre o significado do adoecer do coração e perceberam que de acordo com o comportamento e estilo de vida de cada indivíduo, pacientes com o mesmo histórico clínico reagiam diferentemente à doença e à hospitalização, o que despertou a investigação do tipo de personalidade e sua correlação com seu quadro clínico.

A interconsulta pela sua importância e pelo enriquecimento na compreensão do paciente e da doença, deveria ser uma regra entre os profissionais envolvidos no contexto hospitalar para uma intervenção mais eficaz e duradoura no tratamento dos enfermos cardiovasculares.

O psicólogo no setor de cardiologia na atuação com este paciente deve considerar os aspectos psíquicos e sociais oferecendo alternativas que possibilitem ao paciente expressar livremente seus conteúdos.

Entre esses conteúdos relacionam-se problemas familiares e/ou financeiros, competitividade exagerada, controle rígido dos que o rodeiam e de si próprio, estresse, angústias, sentimentos de incapacidade e impotência, ansiedades, baixa assertividade, contenção das emoções, etc.

Deve-se lembrar que simbolicamente em nossa cultura o coração é o órgão que representa energia e tem sido identificado como o centro das emoções. Percebemos ainda que estas emoções são experimentadas psicológica e fisiologicamente, necessitando o indivíduo ser visto e atendido como um todo.

O indivíduo com boa qualidade de vida têm que apresentar satisfação nos quadrantes fundamentais que se refere: a vida social, a saúde, a profissão e a área afetiva.

Cada indivíduo possui uma configuração de personalidade única e não podemos ignorar que fatores hereditários e constitutivos desempenham uma papel importante no desenvolvimento e manutenção de uma doença.

Numa visão interdisciplinar, inclui-se o psicólogo com seus instrumentos e estratégias para colaborar na investigação da personalidade do sujeito e na correlação desta com o quadro clínico do paciente

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Psicologia Cardiologia Psicossomática

PSICOLOGIA E CARDIOPATIA

Parte 2


Desde que nascemos, sofremos continuamente a ação do meio com o qual mantemos um equilíbrio dinâmico e na maioria das vezes instável.

Graças a complexos mecanismos de adaptação ( físicos e psíquicos ), procuramos compensar as condições desfavoráveis. Contudo, em certas condições, a própria tentativa de adaptação pode transformar-se numa condição anormal comprometendo nossa qualidade de vida.

A combinação de fatores de risco é um fato cada vez mais comprovado como integrante no surgimento ou na manutenção das doenças cardíacas e nem sempre isso é fácil de ser mensurado, pois os métodos de investigação são imprecisos, principalmente quando falamos em fatores psicossociais e culturais.

Algumas das funções do psicólogo na atuação no hospital como membro de uma equipe interdisciplinar inclui o trabalho junto ao paciente, junto à família e junto à equipe enquanto agente da saúde, dispondo de instrumentos e técnicas que podem vir a ser de extrema utilidade no diagnóstico e nas propostas de tratamento a serem feitas ao paciente.

Entre estas estratégias, destaca-se as técnicas projetivas que servem como auxiliadoras na melhor elucidação de hipóteses diagnosticas ou para propor outras hipóteses.

Existem peculiaridades a serem consideradas na compreensão das doenças e especialmente no paciente cardíaco como a expressão simbólica do órgão depositário das emoções, no mito e na mística que envolve o órgão atingido e suas penetrações a nível emocional consciente e inconsciente.

A evolução da concepção psicossomática e o reconhecimento do indivíduo como resultante dos fatores biopsicossociais reafirma o psicólogo como mais um profissional envolvido na busca da compreensão das doenças, permitindo uma abordagem mais humanizada do paciente propiciando sua atuação no trabalho curativo e preventivo aumentando as possibilidades e a qualidade nos atendimentos oferecidos aos pacientes.

Psicologia e Cardiologia

PSICOLOGIA E CARDIOPATIA

Parte 1

Considerando a concepção psicossomática das doenças, compreende-se o adoecer como um processo que tem em sua origem ou repercussões a presença de fatores emocionais.

Neste contexto, o estudo do paciente cardíaco tem mobilizado a atenção de vários profissionais da área da saúde e em especial do psicólogo inserido no contexto do hospital.

Confirma-se a importância da participação do psicólogo na interconsulta no trabalho do hospital geral, para uma compreensão mais abrangente do paciente e do seu quadro sintomatológico, fazendo parte de um modelo de cuidado de atenção integral ao doente dispondo de técnicas específicas que contribuem tanto para uma compreensão diferencial do adoecimento quanto para o fortalecimento dos aspectos envolvidos na sua recuperação.

Uma doença pode assumir significado completamente diferente, dependendo do momento que o paciente estiver vivendo. Muitas doenças se assemelham, com sintomas e características específicas que denotam o adoecimento, mas é importante perceber que o "estar doente" para a pessoa acometida, nunca é exatamente igual, desta forma, fazer uma compreensão da doença e de como esta invade a existência da pessoa é uma tarefa imprescindível para o enfrentamento.

Entre os fatores relevantes, deve se perceber que possíveis relações emocionais podem estar associadas à doença cardíaca e que, além das interações destes sistemas, deve-se reconhecer na história clínica, as três dimensões do espaço diagnóstico: o paciente, a doença e as circunstâncias.

Numa avaliação diagnóstica das doenças cardíacas, o primeiro fator a ser considerado é o genético, que garante não só a trajetória de vida, como também a predisposição para as diferentes condições mórbidas.

Outros aspectos se fazem presentes e compreendem os fatores de risco das doenças cardiovasculares, os quais crescem de importância nas pessoas em que os fatores genéticos é evidente e/ou predispõe indivíduos, que mesmo não apresentando histórico genético da doença, se vêem em complicações igualmente nocivas.

Entre esses fatores de risco, os principais são: hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol alto), diabetes mellitus, obesidade, tabagismo, sedentarismo, hereditariedade e fatores psicológicos associados.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Burnout no Hospital

Síndrome de Burnout

O trabalho dos profissionais da saúde em hospitais requer uma sólida experiência clínica e maturidade para enfrentar e tomar decisões difíceis, pois atuam em situações de estresse que envolve ainda implicações éticas e morais.

Entre os estressores ocupacionais que afetam diretamente seu desempenho e bem estar temos:

· trabalho em instituições públicas com alta demanda de pacientes
· falta de recursos técnicos, ambientais e de pessoal de apoio
· longas jornadas de trabalho
· falta de segurança com exposição a riscos físicos e de contágios
· falta de reconhecimento profissional
· contato constante com a dor, sofrimento e muitas vezes com a morte
· falta de treinamento e preparo durante a graduação

O tipo de trabalho e a responsabilidade do cargo envolvem uma série de atividades que necessitam de controle mental e emocional muito maior do que em outras profissões

Os profissionais da saúde se deparam com pacientes em estado grave onde o fator tempo, capacidade de decisão e uso de técnicas de procedimentos são fundamentais para o sucesso e sobrevida. Além disso, não é somente o paciente que adentra no hospital, os acompanhantes e familiares se apresentam com as angústias do sofrimento e as incertezas, principalmente o medo da morte.

Dessa forma, os estressores ocupacionais, quando persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout como uma resposta emocional a situações de estresse crônico em função de relações intensas em situações de trabalho com outras pessoas.

A Síndrome de Burnout é entendida como um processo constituído por três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e Baixa Realização Profissional

A Exaustão Emocional é caracterizada pela falta ou carência de energia, entusiasmo e por sentimento de esgotamento de recursos. Os profissionais acreditam que já não têm condições de despender mais energia para o atendimento de seu paciente ou das demais pessoas como tinham antes.

A Despersonalização provoca a insensibilidade emocional e faz com que o profissional passe a tratar os pacientes, os colegas e a organização como objetos.

A Baixa Realização Profissional revela-se por uma tendência do profissional em se auto-avaliar negativamente. Sentindo-se infeliz e insatisfeito com seu desenvolvimento profissional.

Estes fatores podem levar ao comprometimento do serviço prestado com a diminuição da qualidade do cuidado oferecido afetando diretamente o paciente, sua recuperação, bem como os esforços da equipe e a organização do trabalho interdisciplinar.

Destacadamente no contexto hospitalar, mostra-se necessário a identificação dos fatores estressante no ambiente de trabalho, bem como a promoção de ações preventivas para a minimização das condições aversivas que prejudiquem o desenvolvimento humano, assistencial e profissional.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Interdisciplinaridade no Hospital - A Entrevista Psicológica

A entrevista psicológica no hospital


A experiência prática nos atendimentos a pacientes internados evidencia a importância do atendimento psicológico que possibilite ao paciente um espaço para externalização de seus sentimentos, expectativas, apreensões, ansiedades, medos, fantasias, vivência da experiência, preocupações, perspectivas prognósticas, segundo seus próprios referenciais.

Através da entrevista psicológica é possível perceber a relação que a pessoa faz com sua doença e o significado que atribui à internação. Este fator é de fundamental importância para nortear o trabalho do psicólogo não somente junto ao paciente, mas também com a equipe de saúde num trabalho interdisciplinar, assim como, junto aos familiares que acompanham o paciente.

Além dessa possibilidade, cabe a entrevista, a função terapêutica à medida que esta propicia a verbalização, manifestação, reflexão e consequentemente melhor possibilidade de elaboração e adaptação à condição de “Ser” ou “Estar” doente.

Os dados colhidos na entrevista complementam o diagnóstico, já que permitem a exploração do contexto vivencial do sujeito, expressos em seus relatos sobre estilo de vida e comportamentos que comprometeram ou colaboraram com o desencadeamento, desenvolvimento ou evolução da doença. Percebe-se que de forma agravante ou intensificadora, os conflitos existenciais relatados e sua situação de vida real colaboraram com o quadro clínico apresentado, mostrando que a doença não faz parte somente do órgão comprometido, mas que afeta o indivíduo em toda sua extensão.

Através da entrevista percebem-se crenças irracionais na qual o hospital é descrito como um espaço onde se vive a angústia da incerteza, ou seja, um local que se pode morrer a qualquer momento ou onde se fica à beira da morte, confrontando com o espaço terapêutico cuja função é atribuída e para o qual foi constituído.

Na maioria das vezes, estar doente e necessitar de internação, é vivenciado como algo perigoso, ameaçador, fora de seu controle, neste espaço é o outro que vai decidir e agir sobre sua vida, ficando à mercê do outro a seqüência de seu destino.

Percebe-se ainda que os sentimentos de perda advindos da situação de internação e da doença, ultrapassam as conseqüências físicas e biológicas decorrentes dos quadros clínicos apresentados e incorporam na realidade sentimentos e sensações com significados individualizados, intensificados pela subjetividade de cada um.

Desta forma, considerando que o objetivo principal do profissional da área da saúde é a busca do restabelecimento da saúde do paciente, incluindo neste contexto uma melhor qualidade de vida e de reintegração física, psicológica e social, deve-se buscar no contexto hospitalar, formas de atuação interdisciplinar, que favoreçam recursos ao paciente para o enfrentamento da situação e da doença, fazendo com este se torne um agente de sua própria saúde, incluindo-se um acolhimento humanizado que o mobilize para a cura.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A experiência da Hospitalização

A experiência da hospitalização: relatos de pacientes cardíacos internados no atendimento psicológico


A experiência prática de atuação no hospital revela a importância do atendimento psicológico que possibilite ao paciente um espaço para expressar seus sentimentos, expectativas, apreensões, ansiedades, medos e fantasias. Através desses atendimentos é possível perceber a relação que o paciente faz com sua doença e com a situação de hospitalização. É mportante identificar através do relato de pacientes internados, como estes vivenciam a experiência de hospitalização e as relações que fazem com sua doença, bem como a percepção dos recursos e limitações no processo de adoecer.

No ano de 2001 durante o curso de especialização em Psicologia Hospitalar realizei uma pesquisa qualitativa com este tema em um hospital particular da região sul do Estado de São Paulo. Foram sujeitos desta pesquisa 05 pacientes internados com doenças coronarianas na clínica de unidade cardiológica do referido hospital. Estes pacientes estavam internados para intervenções cirúrgicas e com tempo de internação superior a 5 dias.

Foi utilizada a entrevista aberta não diretiva, iniciando-se apenas com uma questão sobre a temática permitindo que o campo fosse configurado pelo entrevistado. Os dados foram analisados qualitativamente. Como principais resultados destacam-se:

  • Os relatos espontâneos permitiram o aparecimento de conteúdos emocionais manifestos e atentes em cada paciente, ficando evidenciado que associavam a influência do meio, do estilo de vida e de seus comportamentos comprometendo ou colaborando com o desencadeamento ou evolução da patologia
  • A doença é sentida como conseqüência da sua forma de atuação no mundo evidenciando sentimentos de culpa
  • O fato de estar doente e necessitar de internação é vivenciado como algo perigoso que coloca em risco a vida e pode gerar sequelas invalidantes

Pode-se concluir que se faz necessário a intervenção terapêutica não limitada ao plano somático onde o profissional psicólogo tem uma atuação diferenciada, porém conjunta com os demais membros da equipe, favorecendo e identificando os aspectos manifestos e latentes presentes, promovendo uma melhor compreensão do paciente para uma intervenção que promova a breve recuperação da saúde.